Foto: Reprodução
A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) rejeitou, por unanimidade, o recurso apresentado pela defesa do médico Bruno Gemilaki Dal Poz, que tentava evitar o julgamento pelo Tribunal do Júri. Com a decisão, ele, sua mãe a pecuarista Inês Gemilaki e o cunhado Éder Gonçalves Rodrigues seguem com a pronúncia garantida pelos crimes ocorridos em abril de 2024, durante uma confraternização em Peixoto de Azevedo.
A acusação do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) é pesada: o trio responde por dois homicídios qualificados (motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas) e duas tentativas de homicídio. As vítimas fatais foram Pilson Pereira da Silva, de 69 anos, e Rui Luiz Bogo, de 81 enquanto outros dois presentes, incluindo o garimpeiro Ernecir Afonso Lavall, que seria o alvo principal, sobreviveram.
A defesa havia argumentado que a pronúncia de Bruno era indevida, sustentando que ele apenas prestava "suporte" à mãe e que não há provas de sua participação ativa nos disparos. Também contestaram a qualificadora de motivo fútil, alegando que a motivação teria sido uma ameaça, não uma dívida como narrado. Contudo, o desembargador Hélio Nishiyama, relator do caso, deixou claro que os embargos de declaração não podem ser usados para rediscutir o mérito da decisão apenas para esclarecer eventuais omissões ou contradições.
Na decisão, o magistrado destacou que há evidências suficientes para manter Bruno como partícipe ativo: ele também fez disparos e estava armado com uma espingarda calibre 12 reforçando o caráter de coautoria, e não de mero apoio. Quanto ao suposto motivo fútil, o tribunal entendeu que o desentendimento relacionado a uma dívida de aluguel pode sim configurar esse tipo de qualificadora, mas sua avaliação final caberá ao Conselho de Sentença no momento do júri.
A decisão marca uma derrota clara à tentativa da defesa de desqualificar a pronúncia e abre caminho para o julgamento em plenário, com toda a gravidade que o caso requer. Ficou claro que o Tribunal manteve o entendimento de que cada réu teve papel ativo no ocorrido e que a motivação, ainda que discutida, será levada ao colegiado popular para análise definitiva.
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