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Caso Lediane Ferro

Foto: Reprodução
Caso Lediane Ferro
Wendel dos Santos Silva vai a júri por feminicídio em Peixoto de Azevedo

O Tribunal do Júri em Peixoto de Azevedo  julga nesta quinta-feira (18) Wendel dos Santos Silva, de 38 anos, acusado de feminicídio contra a noiva, Lediane Ferro da Silva, de 43 anos. O crime ocorreu em 15 de abril do ano passado e foi marcado por violência doméstica recorrente. A sessão plenária, presidida pelo juiz João Zibordi Lara, é transmitida ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso no YouTube (assista aqui).

O primeiro a depor foi Gustavo Michel, filho de Lediane, que presenciou o assassinato. Bastante emocionado, o jovem relembrou o momento em que encontrou a mãe sendo atacada:
 “Cheguei da escola, estava me arrumando para trabalhar e ouvi a filha dele gritando. Saí na cozinha e vi ele matando minha mãe”, disse, em prantos.

Ele também destacou o histórico conturbado da relação entre o casal. “Era muita briga, ele só ameaçava ela”. Ao falar sobre a ausência da mãe, Gustavo desabafou: “Não sei o que eu faço, não tenho para onde ir, não sei o que vai acontecer. Não tenho ela, não tenho nada”. Atualmente, o jovem vive com a avó em Sinop.

Outras testemunhas também foram ouvidas durante o julgamento: uma amiga próxima de Lediane, a filha do acusado  que estava na casa no momento do crime  e um investigador da Polícia Civil que participou das diligências.

A filha, Pesque Jaqueline Silva, declarou em juízo que sempre considerou o pai um bom homem e que, em sua presença, nunca presenciou atitudes agressivas dele contra a vítima. No entanto, no dia do crime, relatou ter ouvido os gritos de Lediane e, ao ver o pai com uma faca em mãos, correu para fora da casa e acionou a Polícia Militar. Jaqueline contou ainda que só esteve na residência a pedido da própria vítima, que queria que Wendel deixasse o local. Inicialmente, ele teria concordado em sair, mas a situação mudou quando exigiu de volta as alianças do relacionamento. Diante da negativa de Lediane, que afirmou que usaria o anel com quem quisesse e que ele também poderia fazer o mesmo, Wendel se apossou de uma faca e desferiu seis golpes contra a vitíma.

Presente ao julgamento, Wendel chegou ao fórum chorando, afirmou que o relacionamento era marcado por desentendimentos, principalmente ligados a questões financeiras. Disse ainda que se sentia “rebaixado” pela vitíma.

Questionado pela promotora de justiça Andreia Monte Alegre Bezerra de Menezes sobre o momento do crime, Wendel declarou que a discussão começou após pedir de volta a aliança de compromisso:
 “Eu pedi a aliança para ela, mas ela falou que não ia dar. Disse que podia usar com quem quisesse, porque foi ela quem pagou. Só lembro de ter pegado a faca”, afirmou.

Durante a acusação, a promotora destacou que o réu tenta inverter os papéis de agressor e vítima. Ela apresentou imagens de câmeras de segurança que registraram a cena do crime e reforçou o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que aponta os golpes de faca desferidos contra Lediane.

Segundo o Ministério Público, o crime foi a culminância de um ciclo de violência doméstica. No dia do assassinato, Lediane havia pedido à enteada que convencesse Wendel a sair de casa. Diante da recusa, houve nova discussão que terminou em feminicídio, presenciado pelo filho da vítima e pela filha do acusado.

Lediane Ferro da Silva era diretora financeira da Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto e bastante conhecida na região. Após cometer o crime, Wendel fugiu e foi preso quatro dias depois. Desde então, sua prisão preventiva foi mantida.

O julgamento segue no Fórum de Peixoto de Azevedo, com expectativa de que se estenda até o final do dia.

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